sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Sobre o amor e o poeta

Sofrer é tudo o que um poeta pode esperar do amor.

Os tempos de calmaria amorosa e existencial são absolutamente improdutivos para a maioria dos artistas... fazem bem para a alma, sossegam a vida, deixam os dias mais longos e as noites mais curtas. Mas a felicidade tranquila e constante aposenta a caneta e o papel do poeta. Vai ver é por isso que sofremos tanto, nos apaixonamos com tanta intensidade, nos entregamos com tanta fé para o outro e, quando as coisas dão errado, os relacionamentos terminam, as pessoas que acreditamos amar vão embora, nos ferem, pensamos logo em suicídio, perdemos o sono e os sonhos, os dias ficam cinzas e as noites parecem eternas...

E as palavras brotam da nossa alma como flores coloridas nascendo do chão duro, seco, cimentado pelas dores que acumulamos no peito. É nessa hora que abraçamos nossas angústias, as lágrimas que já não podemos negar, nossos amores vãos... Porque só então entendemos que a felicidade do poeta está, e só pode estar, naquela flor que faz nascer, limpa e pura, de sua dor mais profunda.

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