quinta-feira, 24 de março de 2011

Naquele novo lugar: esse lugar confuso, o amor...

Pra começar... De tudo fica um pouco...

Quando fiz esse blog, há mais de um mês, não fazia a menor ideia do que escrever aqui, e até o momento nem sei se alguém vai ler o que eu escrever aqui. Foi assim: montei a estrutura toda do Blog, coloquei o nome - Que Seja Doce - mas não postei nada... não havia o que postar...
Mas, como a vida parece ser esse espetáculo com um roteiro esquizofrênico e desconhecido, hoje tenho muito o que contar... e a partir de hoje eu vou contar... e que seja doce... pra mim, pra vocês...

Naquele dia não dormi, não conseguiria, não poderia dormir... a chuva começou a cair bem cedo. Numa cidade sempre tão caótica, naquele dia não havia movimento nenhum na rua... todo o caos da cidade estava no nosso peito, na minha cabeça, já tão atordoada...
Meu Amor, aquele cara com quem eu vinha dividindo a casa e a vida há 6 meses, ia se aproximando do caixão daquela moça - ainda tão jovem com a carne tão fresca - e ele, logo ele, que nunca soltava a minha mão, não me quis ali, não viu meus olhos, nem por instante, e meus olhos diziam tanto... meus olhos queriam dizer tanto: que tudo aquilo ia passar, que eu poderia ficar com ele pra sempre, que eu tinha medo de velórios, que eu não poderia olhar pra ela e saber que ele a amou tanto, que foi ela quem deu pra ele uma filha.
E ela deixou uma filha dele, e deixou muitas outras coisas, sentimentos que vagam no ar, mágoas que pairam como fantasmas nas nossas vidas, na minha vida com ele...
E como a vida é essa ciranda misteriosa, eu sempre amei aquela menininha como se fosse minha, como se o meu coração sempre soubesse que eu iria cuidar dela, e quando ela me abraça e sorri aquele sorriso grande de criança é como se eu a conhecesse desde sempre... e eu sinto uma urgência em vê-la, em tê-la, em amá-la, uma urgência que ninguém entende... 
Agora eu vejo que era dela aquela saudade que eu sentia de uma vida que eu nunca tinha vivido, de alguém que nunca tinha chegado...
E o medo, as dúvidas, as incertezas, a minha insegurança, os devaneios dele, tudo isso há de se esvair no tempo, como a chuva fina e triste daquela tarde, que se deixou esconder debaixo da terra...
E eu, mais do que nunca, repito sete vezes, todos os dias : Que Seja Doce...